A 26 de Agosto foi publicado um artigo em DN.PT sobre a lei aprovada em São Francisco, Califórnia, que proíbe o plástico de utilização única, bem como a contestação que várias associações ligadas a pessoas com deficiência.
Segundo o mesmo, a Disney e a Starbucks são duas das entidades que aderiram ao movimento mundial contra as palhinhas de plástico, prometendo acabar com a sua utilização nos próximos anos.
(A Starbucks, por exemplo, refere outro artigo publicado em DN.PT a 09/07/2018, anunciou que vai acabar com as palhinhas de plástico nas suas mais de 28 mil lojas em todo o mundo até 2020. Para tal, a empresa desenvolveu uma nova tampa de plástico para as suas bebidas geladas que, segundo a companhia, permitirá eliminar o uso de mais de mil milhões de palhinhas todos os anos.)
“Se as pessoas não precisam de usar palhinhas, esquecem-se que existem pessoas que precisam”, diz Lawrence Carter-Long, diretora de comunicações do Disability Rights Education and Defense Fund, citada pelo The Guardian . Este tipo de situações, lamenta, acontece “repetidamente”, porque as pessoas com deficiência não são lembradas.
Apesar das vozes que se opõem, diz a publicação britânica, há proibições do uso deste objeto a avançar a um ritmo sem precedentes. Depois de Washington, Malibu e Carmel, e Vancouver, foi a vez de São Francisco, na Califórnia, aprovar uma lei que proíbe o uso de utensílios de plástico de utilização única, onde estão incluídas as palhinhas.
Katy Tang, autora da legislação em São Francisco, diz que o objetivo não é envergonhar quem usa palhinhas de plástico, mas fazer com que as pessoas reflitam sobre as consequências do uso do plástico. Apesar da proibição, o novo decreto permite que as empresas forneçam este utensílio às pessoas com deficiência ou que necessitem dele por outras razões médicas.
Ao Guardian, a fundadora de um projeto para dar visibilidade às pessoas com deficiência, Alice Wong, de 44 anos, que sofre de uma doença neuromuscular progressiva, lamentou que a maioria das pessoas não perceba a importância das palhinhas. “Para uma pessoa com deficiência, são uma ferramenta de acessibilidade”, sublinhou.
Ler o artigo completo em DN.PT
Não é exagero nenhum o facto de o planeta estar-se a aproximar de uma condição em que a vida, tal como a conhecemos, não será mais possível e só já não vê quem se recusa a aceitar a verdade de que somos o lixo tóxico a remover.
Conscientes disto, na Associação José Santos compreendemos a necessidade e somos totalmente a favor da criação de medidas que levem, efetivamente, a uma mudança, hoje já radical, em prol do planeta, do tempo que este necessita para repor cada recurso natural usado por nós, da qualidade do ar e das águas, em prol da saúde dos nossos filhos, netos, bisnetos, … em prol da vida humana e não humana.
São, sim, necessárias, lamentavelmente, medidas que nos façam realmente “acordar” e agir, que nos façam parar para pensar antes de, por exemplo, deixar uma garrafa de água na rua/jardim/praia/etc.
As leis podem ser, assim, se levadas a cabo no terreno, uma ajuda para “semear” o verdadeiro conceito de civismo, sendo este o ponto fulcral para a solução ou, pelo menos, para a minimização das consequências de séculos e séculos de práticas danosas para a sustentabilidade do Planeta.
Contudo, tratando-se de decretos-leis, é preciso muito cuidado na sua elaboração para que tais medidas não nos façam regredir em certas áreas.
Conta-nos o José, presidente da associação e pessoa com mobilidade reduzida, a dificuldade que tinha há uns anos – dez/quinze – nos restaurantes/cafés/bares: “era muito frequente eu cancelar o meu pedido por o estabelecimento não ter palhinhas.”
Contudo, fez questão de frisar que em muitos deles os funcionários/donos tomavam a iniciativa de ir comprar um saco de palhinhas na hora ou até de irem pedir ao “vizinho”.
Diz-nos também que para ele não era muito incomodo andar com algumas na bolsa, pelo que passou a fazê-lo. No entanto, lembra que existem pessoas que não conseguem ir às bolsas e é muito mais fácil pedir uma palhinha do que para mexerem nas suas coisas.
“É preciso muito cuidado com os extremismos. É preciso muito cuidado nestes tipos de passos… a dá-los é para a frente, para evoluirmos nunca para regredirmos.” Finalizou o José.
No caso concreto de São Francisco, pela frase “apesar da proibição, o novo decreto permite que as empresas forneçam este utensílio às pessoas com deficiência ou que necessitem dele por outras razões médicas”, a lei parece salvaguardar tais casos e como tal, vemos como positiva a iniciativa.
No entanto, e para terminar, achamos importante lembrar que é necessário o empenho de todos.
Cuidar do planeta não deve ser um ato “pensado”, é um ato de civismo, um valor adquirido. Cuidar do planeta é, acima de tudo, congratular a vida, toda a beleza da Natureza, e preservar ao máximo todas as espécies.
Assim, como exemplos:
- Se não precisarmos de palhinha, recusemos-a. E se a usarmos, levemos-la connosco para a deitar no contentor;
- Se suarmos o nariz, lenço na bolsa ou no contentor;
- Se fumarmos, andemos com algo para depositar as beatas.
Não esperemos por leis, movimentos ou afins, façamos. Por nós, pelos nossos.
Apenas existe um mundo e este é comum a todos!
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a foto usada neste artigo é de: © ARQUIVO REUTERS/Mario Anzuoni